Recentemente, uma série de pessoas tem compartilhado uma imagem do que seria um cérebro humano repleto de vermes.
Acompanhado de um texto que afirmava ser resultado do consumo de carne suína, a condição foi tratada como uma cisticercose – causada pela ingestão de um platelminto chamado Taenia solium, que tem como hospedeiro os porcos.
Contudo, conforme relatado pela bióloga Karlla Patrícia, do Diário de Biologia, essa imagem é falsa.
Primeiramente, há de se considerar que a cisticercose é uma condição verdadeira e ocorre quando nós ingerimos acidentalmente ovos de Taenia solium.
No entanto, conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Infectologia, esse parasita é responsável por dois complexos, que se dá de acordo com a fase de seu ciclo de vida:
a teníase, que acontece pela presença da forma adulta da Taenia solium no intestino, e a cisticercose, causada pela presença da larva do parasita nos tecidos, o que pode explicar a presença deles no cérebro.
Contudo, são três fatores que chamam a atenção na foto. Primeiro, conforme relatado anteriormente, somente a versão larval do parasita é capaz de infestar o cérebro.
Em segundo lugar, a Taenia solium é um platelminto.
E isso significa que, esses tipos de verme são conhecidos pelos seus corpos achatados, diferente dos apresentados no cérebro da foto.
E em terceiro lugar, a tênia é um verme grande que, na maioria, das vezes consegue atingir até quatro metros de comprimento.
Além disso, ela não é chamada de "solitária" por acaso. Por serem consideradas competitivas dentro de um habitat, normalmente, o portador traz apenas um verme adulto no organismo.
Então, se você estiver se perguntando qual a origem dessa imagem, saiba que se trata do cérebro de um golfinho.
Nesse caso, o animal foi vítima de uma parasitose letal, causada quando vermes nematelmintos invadem o tecido cerebral.
Logo, o cérebro está exposto em um museu localizado em Tóquio, Japão, chamado Parasitological Museum Meguro e não tem nenhuma relação com uma suposta conspiração da indústria pecuária.